domingo, 19 de agosto de 2012

QUADRINHOS DIGITAIS vs. QUADRINHOS FÍSICOS: qual a melhor leitura?
Editoras americanas estão trabalhando para aumentar os leitores no mercado digital. Recentemente, a Marvel Comics lançou linha chamada Infinite Comics, com quadrinhos disponíveis exclusivamente para o mercado digital. Os leitores podem comprá-la através de um app online, que também oferece versões digitais dos quadrinhos disponíveis em bancas. Além disso, o lar do Homem-Aranha, Hulk e companhia também lançou Marvel AR, aplicativo de Realidade Aumentada que permite ter acesso a conteúdo extra nas revistas, como making of, novas imagens e comentários dos criadores. Enquanto isso, a grande concorrente da editora, a DC Comics , também começou a investir pesado na nova mídia. Desde que reformulou suas séries mensais, em agosto do ano passado, a editora do Superman e Batman começou a disponibilizar as HQs digitais no mesmo dia em que as físicas eram lançadas nas lojas. É esse tipo de iniciativa que fez Marcio Takara , desenhista de Blue Beetle (Besouro Azul), parar a leitura convencional e adotar o tablet. "Eu acho ótimo ler pelo iPad, por causa do tamanho e das cores, que não sofrem alteração na imagem. Por ocupar muito espaço, parei de guardar revistas comigo. O formato digital é perfeito para mim! Zero espaço físico! Nos últimos meses, só tenho lido HQs pelo meu iPad", contou Takara.
Rod Reis , colorista de séries como Aquaman e Nightwing (Asa Noturna), também faz parte do time dos que trocou o meio físico pelo digital e acredita em uma revolução no mercado. "Nele (meio digital), você pode dar zoom na página e ver os detalhes, além de apps que guiam o leitor quadro a quadro. No tablet, você pode apreciar a arte de uma forma diferente porque você vê de forma mais nítida e com mais detalhes. Acredito que o impacto dessa 'Era Digital dos Quadrinhos' vai ser tão grande que a própria maneira de fazer quadrinhos vai mudar um pouco para se adaptar à nova mídia." Quem também endossa o coro do meio digital é um dos desenhistas de Deathstroke (Exterminador), Eduardo Pansica , por ser ecologicamente econômico: "a questão ambiental pode fazer as pessoas trocarem o papel pela adesão do tablet. Hoje, elas podem ter o mesmo conteúdo digitalmente sem a necessidade de usar uma árvore sequer." Porém, mesmo com essas vantagens, Adriana Melo , responsável pela arte de Birds of Prey (Aves de Rapina), não conseguiu abrir mão da leitura dos quadrinhos físicos por considerar o contato muito "frio" entre o leitor e obra. "Sou maluca por tecnologia, gadgets, uma Apple-lover assumida! Mesmo assim, acho que nada ainda substitui a revista de papel e aquela sensação de tê-la em mãos, com cheirinho de nova, recém-tirada do pacote! Curto as duas formas de leitura, mas ainda prefiro a leitura com os exemplares físicos." Júlio Ferreira, arte-finalista das HQs Stormwatch, Demon Knights e Catwoman (Mulher-Gato), também alerta para as desvantagens, principalmente para os marujos de primeira viagem. "Você tem que tomar um cuidado extra com o manuseio do seu suporte de leitura. Ocasionalmente há problemas de reflexos na tela, comandos involuntários para os menos treinados e coisas do tipo. E leitura por smartphones é mais complicado ainda por causa do tamanho. Só dá para ler um quadrinho de cada vez, no modo automático ou dando zoom e a experiência geral de se ler uma página de quadrinhos se perde". Além disso, o mercado de quadrinhos digitais ainda não é muito aberto para o público brasileiro. Todos os aplicativos de leitura das editoras estão em sua língua original (inglês) e não existe a possibilidade de selecionar um idioma diferente. O TechTudo entrou em contato com a Panini Comics, editora que publica esses quadrinhos em bancas no Brasil, sobre a possibilidade de lançá-las também digitalmente, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria. E você, já leu quadrinhos pelo tablet ou celular? Qual a melhor leitura? Texto publicado originalmente por Nerd tatuado

Um comentário:

  1. Prefiro mil vezes o papel, não curto a leitura digital. Isso tá mais pras novas gerações.

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